No passado dia 22 de janeiro a Centromarca realizou mais uma das suas sessões internas, a nossa Reunião da Comissão Especializada de Marcas + Consumidor (M+C) dedicada ao tema da inversão de ciclo e a (re)conquista pelo consumidor.
A ideia principal que trespassou em todas as participações foi a de que é possível agir neste mercado sem que o factor preço seja considerado o foco único das opções do Consumidor e sem que o investimento feito no retalho tradicional absorva a parte de leão dos recursos investidos na estratégia de relação com o consumidor. As Marcas podem e devem pensar em todas as oportunidades que têm de melhorar a sua relação direct to consumer. Tomar conta da relação com o consumidor, assumir que a distribuição é um dos veículos, mas que o consumidor é o nosso cliente, a nossa razão de ser.
A VML Portugal diz-nos que a Marca é a dona de todos os conteúdos que lhe dizem respeito: avaliações/reviews; descrições dos produtos, forma como Marca aparece; conteúdo descritivo, digital, vídeo e de imagem com grande qualidade; conteúdos do site e do packaging, posicionamento nas redes sociais no ponto de venda, no delivery, entre muitos outros, pelo que estas são oportunidades a agarrar, transformar, melhorar.
O preço é considerado um fator importante, mas não é o único driver, confirmam os estudos da MORE Results. O consumidor indica vários factores relevantes da valorização da Marca: origem dos produtos, sabor e qualidade, reputação, história e confiança, tradição, sustentabilidade.
Navegar de outra forma é possível e urgente: criar valor que seja percebido pelo consumidor, desafia Luís Silva Dias. O consumidor tem de ser visto como parte da Marca, e a Marca tem de ser trabalhada como uma pessoa, uma pessoa com a qual nos relacionamos directamente. E acrescenta “Marcas auditem as vossas Marcas, percebam onde podem investir numa criatividade intemporal, com legado e valor”.
Por fim, nas palavras dos próprios e como conselho às Marcas:
· Filipe Silva, VML Portugal: Marcas abracem a tecnologia e da Inteligência Artificial, são ferramentas disponíveis e actuais
· Gonçalo Rodrigues, VML Portugal: Marcas há mais avenidas para gerar receita, há que arranjar outros cestos para os seus ovos
· Nuno Trindade, MoreResults: Marcas devem estudar o Consumidor e a Marca
· Rita Amado, MoreResults: O consumidor está disposto a ouvir as Marcas, as Marcas é que muitas vezes não falam com o consumidor
· Luís Silva Dias, Investidor e consultor para as áreas de liderança e criatividade: Marcas há muito para fazer e, sim, assusta
Nesta reunião senti quase que estava numa primeira etapa de um exercício de design thinking, pelo que agora cabe às Marcas prosseguirem as próximas fases. Nada é fácil, mas se fosse fácil, vocês não seriam as Marcas que são.