ALMA DE MARCA
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Opinião
REPENSAR AS MARCAS PARA MELHORAR O MUNDO QUE NOS RODEIA

O ecossistema das marcas volta a reunir-se pela primeira vez ao fim de quase três anos. O Congresso da Centromarca vai ser o primeiro desde que a pandemia mudou as nossas famílias, organizações e mercados. O primeiro desde que a nossa vida mudou.

Em alguns aspetos, a pandemia fez com que regressássemos a velhos hábitos e rotinas do passado. Mas em muitas outras áreas, as mudanças foram tão profundas que nos obrigaram a uma verdadeira reinvenção e reconstrução. O público e os consumidores também mudaram. Por isso cabe-nos a nós, marcas, acompanhar essa mudança. As verdadeiras histórias de superação são positivas e deram-nos alento nos momentos mais difíceis, mas não devem mais preencher discussões que têm de ser viradas para o futuro.

Porque é nesse futuro que temos os olhos postos. E este congresso será uma nova oportunidade para nos unirmos, defendermos aquilo que nos move e aprendermos, em conjunto, qual o caminho a seguir e como o iremos trilhar. Queremos ser atores principais no desenvolvimento do país e não parte do coro daqueles que se esgotam a reclamar soluções que não conseguem concretizar. E queremos assegurar sustentabilidade, resiliência e capacidade para nos adaptarmos a circunstâncias difíceis no futuro, sem termos de recorrer ao Estado a cada dificuldade que enfrentamos.

O período que temos pela frente será um dos mais complexos das últimas décadas. A pandemia reabriu feridas antigas que ainda estavam por sarar. E a guerra que decorre em plena Europa dificulta ainda mais o dia-a-dia de todos. Neste contexto, e lamentando estes terríveis acontecimentos, não podemos, ainda assim, deixar de ser marcas. Marcas que deixam marca: protegendo os seus públicos, assegurando a qualidade dos seus produtos e nunca desistindo de defender a sua própria reputação.

Mas como é que as marcas vão continuar a conseguir enfrentar as disrupções nas cadeias de abastecimento e uma vaga inflacionista como a que estamos a atravessar? E como se vão posicionar depois de passarem este período mais crítico? Como vão proteger os consumidores do destes agravamentos de custos? Ou assegurar, em simultâneo, a rentabilidade dos seus negócios? E como se vão destacar, em tempos tão desafiantes, para continuarem a ter os seus produtos nas prateleiras e a merecer a confiança dos consumidores?

Num momento como o que atravessamos, as nossas prioridades são, ao mesmo tempo, as das nossas marcas, das nossas empresas e dos nossos consumidores. Por isso, defendemos que – em conjunto com todos os parceiros do grande Ecossistema das marcas - é fundamental minimizarmos o impacto negativo da inflação no rendimento disponível das famílias, acelerarmos os apoios às empresas, nomeadamente os do Portugal 2030 e do PRR, reforçarmos a fiscalização dos mercados pelas autoridades, para evitar tensões desnecessárias nas cadeias de abastecimento, ampliarmos o espaço para as nossas marcas e combatermos as falsas promoções e todas as armadilhas colocadas no caminho daqueles que compram os nossos produtos.

É por isto que nos batemos e é tendo estes objetivos bem claros que estamos e vamos continuar a trabalhar. Hoje voltamos, finalmente, a reunir-nos para pensar em conjunto. E logo no dia seguinte voltaremos à nossa missão de sempre: defender as nossas marcas. Reconstruindo o que foi deitado abaixo nos últimos tempos, rompendo com o que já não se adequa aos novos tempos e reinventando, mudando para melhor, o mundo em que vivemos.

Originalmente publicado no Jornal de Negócios, em 2022.06.01