Trabalhar na área da saúde dá-nos um grande propósito. Mudamos, ajudamos, salvamos vidas. Seja nas associações de doentes, nas sociedades médicas, na indústria farmacêutica, nos prestadores de saúde, nos reguladores…mas também nos dá uma certa dose de arrogância e altivez. O nosso propósito, o nosso trabalho, é muito diferente dos outros.

Na realidade, em quatro meses de trabalho com a Centromarca, constatei que também se muda, ajuda e salva vidas a trabalhar com as Marcas.

Num post recente o Simon Sinek escrevia “Dr. King gave the I have a dream speech, not the I have a plan”, rematando que são os sonhos que “mudam o curso da história”. E olhando para o curso da história e até aos dias de hoje há seguramente inúmeras inovações – muitas delas que hoje nos parecem básicas e óbvias demais – sem as quais eu não poderia viver com qualidade. Quem já fez alguma formação ou estudou algo sobre Design Thinking aplicado a negócio, sabe que foram sonhadores, inovadores, disruptores, que quiseram melhorar e facilitar a vida das pessoas e que concretizaram “sonhos”, os deles e os meus.

Tendo sido assinalado há pouco tempo o dia do “Obrigada” e “Gratidão”, eu gostava de agradecer a todas as Marcas – e pessoas que as integram - pelas invenções, inovações, disrupções que sonharam, desenvolveram, nas quais investiram – a maioria das vezes sem saber se iam ter retorno ou se teriam de “matar” invenção.  Muito fizeram estas marcas para que hoje, todos nós tivéssemos acesso a esses produtos. Os exemplos que refiro são pessoais e dizem-me muito. A maioria destas inovações permitiu-me desenvolver os meus próprios sonhos com confiança, liberdade, segurança, ajuda, facilidade. Todos estes sonhos de pessoas, equipas, Marcas visionárias permitiram-me concretizar outros objetivos enquanto cidadã: estudar, trabalhar, ir à praia, ser mãe, proteger o ambiente… Posso dizer a 100% que o mundo de hoje seria muito pior sem a visão e o sonho destas Marcas.

Obrigada Marcas pelo penso higiénico (e todas as suas derivações: pequeno, grande, com abas, sem abas, com perfume…), pelo tampão ou pelo copo menstrual. Obrigada Marcas por todas as primeiras inovações – e inúmeras melhorias e investimentos até à data – nos produtos relacionados com bebés: leite/fórmula infantil, fraldas, toalhetes, chupetas, biberões… Obrigada Marcas pelo perfume, pelo desodorizante e pela tinta do cabelo. Obrigada Marcas pela possibilidade de ter um café de máquina em casa, tirado em segundos. Obrigada Marcas pelos cremes e produtos para cabelos encaracolados, meus e da minha filha. Obrigada Marcas pelo primeiro computador portátil, telemóvel e pelas primeiras aplicações para fazer videochamadas que me permitiram falar e ver os meus irmãos emigrados e mais tarde os meus filhos em viagens de trabalho.

Obrigada Marcas pela liberdade de poder tomar um simples comprimido e controlar diariamente a minha doença. Obrigada Marcas pela primeira solução para ajudar a melhorar a alimentação de quem sofre de disfagia e evitar a sua desnutrição – quem acompanha idosos ou pessoas com Alzheimer sabe do que falo. Obrigada Marcas pelos produtos que aliviam rapidamente dores ou sintomas gripais.. Obrigada Marcas pela tecnologia que me permite ter a casa quentinha – já a tive gelada e não recomendo a ninguém. Obrigada Marcas pelos primeiros leites em pacotes individuais, que na minha altura de escola permitiram alimentar tantos amigos e ainda hoje permanecem como ajuda na escola da minha filha.

Obrigada Marcas pela primeira representação de uma boneca “perfeita” e pela atualização do conceito de que todas as mulheres são perfeitas. Obrigada Marcas pelo primeiro creme que me ajudou a aceitar a beleza natural de umas curvas, uma barriguinha e umas estrias. Obrigada Marcas pelo primeiro penso rápido – muito usado lá em casa – e também à evolução do penso para ser adaptável a todos os tons de pele. Obrigada Marcas pela primeira máquina fotográfica e máquina de filmar e pela evolução que hoje nos permite captar momentos tão importantes via fotografia ou vídeo. Obrigada Marcas pelo primeiro instrumento para ouvir música – cheguei a ter um rádio portátil que levava para escola para dar música aos amigos – e por toda a evolução até chegarmos às aplicações de hoje.

Há seguramente inúmeras outras Marcas a quem fico a dever um agradecimento (papel higiénico, lenços de papel, frigorifico, forno…), e a inúmeras pessoas e sonhadores que tentaram, falharam, voltaram a tentar, investiram, reinvestiram, perderam e voltaram a tentar, para nos trazerem inovações que nos dão conforto e nos melhoram a vida diariamente. Com toda a certeza que não é fácil investirmos e continuarmos a investir em inovação e melhoria da vida das pessoas quando tantas vezes as políticas públicas, a cargas fiscal, a burocracia, o sistema legal ou a fiscalização não protegem esse investimento, essa inovação, essas Marcas.