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Opinião
DIFERENCIAR PARA SOMAR VALOR
A volatilidade dos conturbados tempos que atravessamos e a elevadíssima competitividade dos mercados hoje exige, mais do que nunca, um reforço na discussão pública sobre o contributo das Marcas na economia nacional
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DIFERENCIAR PARA SOMAR VALOR

A volatilidade dos conturbados tempos que atravessamos e a elevadíssima competitividade dos mercados hoje exige, mais do que nunca, um reforço na discussão pública sobre o contributo das Marcas na economia nacional e sobre a forma como estas trazem valor acrescentado às nossas empresas e ao nosso país.

As marcas, as boas marcas, representam selos de qualidade e reputação e Portugal tem tido exemplos vários de sectores cujas marcas ou produtos se traduzem em crescente valor acrescentado para a economia e para a sociedade.

O têxtil, o calçado, a cerâmica, a cortiça ou o mobiliário, por exemplo, têm feito um trabalho extraordinário na sua reinvenção e na capacidade de pensar global, sem descurar o desenvolvimento local. Pensar marca, valorizá-la e garantir um ambiente propício à inovação é fundamental para que outros setores sigam o exemplo destes últimos.

No agroalimentar e noutras áreas do grande consumo tem sido grato assistir a um trabalho sólido e consistente, que, ao longo dos últimos anos, tem acrescentado valor à marca Portugal, aos produtos portugueses e à capacidade de resiliência de todos aqueles que, por exemplo, mantendo no sector primário o seu modo de vida, projectam o estado do país e da economia com mais optimismo. Os sectores hortofrutícola, do vinho e do azeite serão, porventura, excelentes exemplos disto mesmo.

Há, no entanto, uma necessidade latente de as empresas comunicarem eficazmente. É preciso plantar a semente de uma cultura de Marca, não bastando ter boas ideias ou conceber e produzir excelentes produtos. É necessário saber diferenciá-los, individualizá-los, referenciá-los para o consumidor ou para o utilizador. No fundo, é preciso saber adicionar-lhes valor. Na agricultura, na agroindústria e em todos os outros setores.

É por isso que ‘pensar e fazer Marca’ exige, do lado dos decisores, a dinamização de sistemas de incentivo, de monitorização do mercado ou de fiscalização do efectivo cumprimento da legislação. É preciso garantir, portanto, que as marcas têm, no limite, um tratamento equitativo, e que não estão sujeitas a obstáculos que as impeçam de traduzir em valor o esforço que diariamente realizam para criar as melhores soluções para clientes e consumidores.

As Marcas funcionam como motores da economia e são um garante importante do funcionamento do mercado. A criação e o desenvolvimento de Boas Marcas, associado à sua promoção aquém e além-fronteiras constitui uma garantia de criação de postos de trabalho estáveis e qualificados, contribuindo ao mesmo tempo para uma evolução positiva na nossa balança de transações com o estrangeiro. 

E não basta apelar à atenção e à ligação dos portugueses aos produtos e às Marcas nacionais, como um imperativo patriótico. Há também que alargar esse apelo ao Mundo, como o fizeram – e bem – a a alimentação, o têxtil, o calçado, a cortiça, o mobiliário ou a cerâmica.

Construir um equilíbrio saudável que beneficie uma leal concorrência, uma cultura de inovação e de respeito pelas escolhas do consumidor e promover, em simultâneo, a compreensão da contribuição da indústria de marcas para a riqueza que o país precisa de produzir e para o bem-estar de todos os nossos concidadãos é essencial para a construção de um ecossistema de Marca no nosso país.

A valorização da Marca deve ser adotada por todos aqueles que estão verdadeiramente interessados no desenvolvimento do nosso país e da nossa sociedade e o movimento de dinamização do tecido empresarial português precisa de ser complementado com um foco virado para a construção de marca, preferencialmente de âmbito global.

Um Portugal-de-Marcas será sempre um Portugal mais forte.