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Opinião
Dia Mundial (sem) Redes Sociais
Há quase década e meia que se assinala, a 30 de junho, o Dia Mundial das Redes Sociais
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Há quase década e meia que se assinala, a 30 de junho, o Dia Mundial das Redes Sociais. São indiscutíveis os impactos, positivo e negativo, que as Redes Sociais têm hoje e haverá quem concorde com a primeira hipótese e quem considere que a segunda representa uma ameaça à Humanidade e à interação humana. 

O papel de proximidade que as redes sociais desempenham é extremamente relevante: conexão, comunidade, globalização – poder ver, falar, interagir com familiares, amigos, colegas, contactos profissionais, ou com pessoas noutros países representou um passo gigante em termos de ligações humanas reais.

O papel de distanciamento que as redes sociais desempenham: solidão, infelicidade, toxicidade e vício - que aumentam os efeitos nocivos na população, como pressão negativa e doenças mentais, também é cada vez mais uma realidade dolorosa.

De acordo com um estudo da Marktest de 2022, em média, um português não jovem passa 2 horas por dia nas redes sociais, o que dá qualquer coisa como 14 horas numa semana, 56 horas num mês… 672 horas num ano. Um português jovem passará em média 3 horas diárias nas redes sociais. Que tempo é este retirado às relações humanas, às actividades culturais, desportivas, de lazer ou conhecimento? Que tempo é este retirado à família, aos amigos, a nós próprios?

Sabemos o uso que as Boas Marcas fazem das redes sociais, promovendo o sentido de integração, comunidade, aproximação. Temos visto também o seu papel de alerta para os perigos da não literacia em Redes Sociais e da falta de se munir as crianças e os jovens com ferramentas fortes de aceitação de si próprio e de amor próprio.

Recentemente, a Dove avançou com um projecto pela defesa da saúde mental infantil, pois segundo os especialistas “as redes sociais estão a alimentar uma crise de saúde mental.” É muito importante este trabalho das Marcas, mas a sociedade tem que ir mais longe.

Como tem sido recorrente, o ser humano é inteligente, mas falha na gestão e no balanço das invenções e avanços fabulosos que cria.

Hoje diria que é essencial a criação de um Dia Mundial sem Redes Sociais – ou do Dia Mundial pela Humanização - um dia que nos retire deste estado de “eremitas digitais” e nos volte a ligar, a humanizar, a fazer olhar as pessoas nos olhos, a falarmos, cara a cara, uns com os outros. Que nos faça perceber o que perdemos nos outros dias por estarmos tão dedicados ao social digital não real. Um dia que nos faça voltar a fazer aquilo que ainda hoje se vê em parcos sítios: “Não temos wi-fi, falem uns com os outros”.