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Opinião
Condições Básicas + Energia + Ambiente Feliz = Saúde Mental
A equação ou algoritmo do título parece simples, então porque não é amplamente implementada? Vamos dissecar os elementos que a compõem .
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A equação ou algoritmo do título parece simples, então porque não é amplamente implementada? Vamos dissecar os elementos que a compõem e explicar o que entendo ser o seu significado, sendo este o meu artigo de opinião (para os mais distraídos). Até porque a 20 de junho se assinala o dia da produtividade e nada a afecta mais do que a equação acima.

Condições básicas, representam o quê? Ora, em primeiro lugar um salário justo e digno que permita à pessoa pagar as suas contas (casa, comida, despesas) e viver. Viver: investir algum dinheiro em algo que goste (ler, fazer desporto, passear). Ter um salário que nos chegue até ao final do mês é essencial como indicador deste algoritmo e do seu resultado. Aceitarmos enquanto sociedade que existam trabalhadores pobres – ver estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos aqui – é retrógrado e um sinal claro de total alheamento de políticas de ESG ou DEI, conceitos atuais muito em voga e tão pouco concretizados. Sobre isto, sugiro que ouçam algumas das excelentes entrevistas da @Catia Mateus, @#oceoéolimite, onde aqui ou aqui, por exemplo, abordam bem este tema.

No evento da Centromarca, «Redesenhar o Futuro das Marcas», que aconteceu a 31 de maio, um dos temas centrais discutidos foram as Pessoas. Pessoas colaboradores, Pessoas consumidores e Pessoas cidadãos. E ao longo de todas as apresentações, houve algo que se destacou: a Energia e a Gestão dessa mesmo Energia, quer dos colaboradores, quer das famílias e consumidores, quer das Marcas. Quem já fez formações sobre Felicidade no Trabalho ou coaching, sabe a importância que tem a gestão de energia. Há até quem diga que o CEO é isso mesmo: chief energy officer.

E porque é esta Gestão de Energia cada vez mais importante? Para conseguirmos gerir a Saúde Mental, a nossa e a das nossas equipas. Falo em gerir porque sabemos que existem eixos da Saúde Mental que são passiveis de serem geridos e antecipados, enquanto outros não tanto. É sobre a parte que é gerivel, por pessoas e empresas, que hoje escrevo.

Conheci em tempos, uma pessoa que dizia constantemente: “o trabalho não azeda” e, na realidade – e ainda bem – também não acaba. Significa então que como o tempo não se renova ou estende, cabe-nos a tarefa de gerir bem a nossa energia e foco e priorizar a nossa agenda intercalando bem os tempos dedicados a trabalhar e a dar o nosso máximo de desempenho e a saber quando devemos fazer uma pausa ou ajudar as equipas a saberem fazê-lo. Apostar na filosofia “Work smart, play smarter.” Significa dirigir esforços e percebermos onde vamos conseguir obter mais valor e fazermos escolhas mais eficientes e eficazes que nos vão trazer os resultados que queremos.

Sobre o último dos pontos, creio que é relativamente fácil: gostamos de ter em casa um ambiente feliz ou um ambiente mau? Se não aceitamos ter um ambiente mau em casa, também o devemos combater nos locais de trabalho. Um local de trabalho que não é saudável, que nos fragiliza ou provoca insegurança, não nos ajuda a ter uma boa saúde mental, por muita resiliência, capacidade de encaixe e flexibilidade que a pessoa tenha. Um ambiente feliz promove a autonomia, ajuda-nos a conhecer o nosso propósito em relação ao trabalho que ali desenvolvemos e também nos permite errar, aprender e evoluir.

Hoje em dia tudo é medível. Incluindo os resultados de investimento em boas políticas para as pessoas e a sua ligação aos resultados do negócio: diminuir o turnover, diminuição de baixas ou absentismo, aumento de interação e de sugestões de implementação de iniciativas com impacto no negócio, aumento de produtividade, aumento dos índices de progressão na carreira, melhoria de interação com resultados junto dos clientes, entre outros.

O tema está amplamente estudado - Daniel Kahneman e Tal Ben-Shahar são um bom ponto de partida - e com inúmeros exemplos de sucesso concreto em Boas Marcas e no seio da Centromarca temos inúmeras empresas que têm sido sucessivamente distinguidas e que possuem um longo histórico de práticas implementadas, reconhecidas e que funcionam como referencial para muitas outras.

As Boas Marcas, para além de todos os activos que transportam consigo, são o resultado prático e convictos dinamizadores da equação: Condições Básicas + Energia + Ambiente Feliz = Saúde Mental.