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Opinião
AS BOAS MARCAS SÃO COMPANHEIRAS DE VIAGEM
A aceleração dos tempos actuais, a digitalização e a desmaterialização vieram mostrar que a notoriedade das marcas é hoje conquistada em espaços de tempo muito mais curtos do que o era usual há muito poucas décadas.
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AS BOAS MARCAS SÃO COMPANHEIRAS DE VIAGEM

A aceleração dos tempos actuais, a digitalização e a desmaterialização vieram mostrar que a notoriedade das marcas é hoje conquistada em espaços de tempo muito mais curtos do que o era usual há muito poucas décadas.

Como é também verdade que algumas dessas marcas, que adquirem muito rapidamente forte projecção e reconhecimento, têm também ciclos de vida relativamente curtos, tendo percursos fulgurantes, mas efémeros.

Para as marcas mais consolidadas, contudo, o processo de construção demorou, geralmente, anos, muitos anos, décadas, gerações. E esse longo percurso tornou essas marcas nossas companheiras desta viagem que é a nossa própria vida. Acompanhando-nos em diferentes épocas. Associando-se a momentos que ficaram marcados nas nossas memórias e que recordamos com saudade e carinho.

Muitas destas marcas são transgeracionais e interagiram connosco na infância ou adolescência, enquanto jovens adultos ou quando constituímos família, ou quando, numa fase de maior maturidade, inclusive mudamos de rotinas ou de estilos de vida.

Repito inúmeras vezes que uma marca se constrói, de forma paulatina e metódica, ao longo de muitos e muitos anos, mas que, por vezes, pode ser destruída, por um incidente, uma má decisão, um erro ou um incumprimento de uma promessa feita.

Mas é também verdade – e basta fechar os olhos e recordar situações deste tipo – que as boas marcas, as marcas de referência, conseguem normalmente ultrapassar esses maus momentos, porque o consumidor lhes dá o benefício da dúvida, aprecia o esforço de correcção do que correu menos bem, confia na sua capacidade de regeneração e de aprendizagem com os erros próprios.

É uma questão de reputação. É um laço de confiança.

As boas marcas estão connosco nos bons, mas também nos maus momentos… tal como nos votos de um casamento: na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na alegria e na tristeza.

E como qualquer dos nossos verdadeiros amigos, como aqueles que são os nossos companheiros de viagem de uma vida, é exactamente nos momentos menos bons (na doença, na pobreza, na tristeza…) que se põe à prova aquele laço de confiança com as nossas marcas, em que percebemos a verdadeira razão de ser da reputação que possuem e da ligação que mantêm connosco.

Nos últimos dois anos, já perdemos a conta aos momentos de dificuldades, aos períodos de incerteza, às fases de desconfiança e de desânimo. Estamos a ser colocados novamente à prova. A esticar ainda mais uma corda que já estava demasiado esticada. A abalar fortemente um equilíbrio emocional que já se mostrava tremido. A colocar ainda mais nuvens negras num futuro que já se mostrava incerto e inseguro.

E nestes momentos, precisamos de manter algumas convicções. Precisamos de conseguir confiar em pessoas, em entidades, em lideranças, em produtos, em marcas. Precisamos de encontrar no meio de toda esta confusão um espaço de confiança, de certeza e de segurança.

E as marcas podem ser um importante pilar desse espaço: pela reputação que transportam, pela responsabilidade que demonstram, pelos exemplos que nos inspiram, pela inovação focada na melhoria da qualidade das nossas vidas que não desistem de tentar, pela comunicação positiva que realizam.

As que hoje já conseguem ser vistas por cada um de nós como nossas companheiras de viagem, provavelmente nunca nos deixarão de acompanhar por mais longa e rica que a nossa vida seja.

As restantes aprenderão com estas qual o caminho a percorrer, perceberão pelo seu exemplo quais os degraus a subir na escada do potencial sucesso e reconhecerão que apenas terminando esse percurso, poderão encontrar o ‘pote-de-ouro’ que se esconde no fim do arco-íris.