2012: SONHAR COM OS PÉS BEM ASSENTES NO CHÃO
Como é usual nas mudanças de ano, importa fazer um curto balanço do ano que termina e perspectivar o ano se inicia. E o ano que terminou na sexta-feira passada, mesmo rodeado de incertezas e contradições e apresentando sinais de bipolaridade, foi um ano de muito trabalho, de muito foco em matérias importantes para as empresas do grande consumo e da concretização de muitos dos nossos objectivos.
Um ano em que nos vimos obrigados, pelas razões conhecidas de todos, o adiar o nosso congresso para abril próximo, mas em que realizamos muitas e muitas dezenas de reuniões com os nossos associados.
Um ano em que vimos aprovada a transposição da directiva utp para o direito português, com algumas evoluções muito interessantes, mas em que também foram publicados novos diplomas, por exemplo a nível de cargas e descargas, de teletrabalho ou de controlo das promoções que estão ou irão ainda provocar algumas dores de cabeça.
Um ano em que os hábitos de consumo, embora alterando-se em aspectos essenciais, se reaproximaram do dia-a-dia do pré pandemia.
Um ano em que o mercado, especialmente na área do offtrade, resistiu melhor do que o que antecipávamos, mas que continua a ter uma performance muito débil no consumo fora-de-casa, não apenas pelas novas dinâmicas laborais e de mobilidade, mas também pela quebra fortíssima no turismo externo.
Um ano em que o mercado, embora com algumas nuances, repetiu as assimetrias a que havíamos assistido em 2020, com muitas categorias de produtos com boas performances e uma dinâmica muito interessante, enquanto outros atravessaram um ano mais de perda de vendas e de perda de valor.
Um ano em que assistimos ao protagonismo crescente das insígnias de retalho que associamos normalmente ao hard discount e aos sortidos mais curtos, aumentando a competitividade entre operadores, mas - em simultâneo - diminuindo a quota de prateleira para as marcas de fabricante.
Um ano em que para além da consolidação (embora a velocidade mais lenta) do ecommerce, fenómenos como o q-commerce e o take away e as meal deliveries ganharam crescente preponderância.
Um ano, finalmente, em que - enquanto Centromarca - tentamos pontuar a agenda e deixar, metodicamente, os nossos ‘recados’
- § “O papel da regulação é fundamental para não haver abusos. Há um grande desequilíbrio negocial entre os fornecedores e as cadeiras de distribuição. A boa notícia é que nos últimos anos temos vindo a assistir a uma redução das práticas abusivas e desleais. Temos de permanecer vigilantes.”
- § “A pandemia, bem como a alteração do contexto sócio-económico, irão dinamizar alterações nas rotinas do consumidor, na sua missão de compra e nas suas prioridades de escolha.”
- § “O próximo ano será seguramente marcado pelos impactos das disrupções da cadeia de abastecimento e da forma como inflacionarão custos e poderão originar problemas de acesso a produtos, a matérias-primas ou a materiais de embalagem.”
- § “Os impactos da maior consciencialização para as questões da sustentabilidade e, dentro destas, para os impactos ambientais e para os efeitos das alterações climáticas continuam a ganhar crescente protagonismo.”
- § “Pretendemos continuar a alargar a base associativa. Estamos a conseguir. Há um tema que assume uma importância cada vez maior que é fomentar a digitalização do consumo. E queremos reforçar a proteção das marcas e a genuinidade dos produtos, que é essencial.”
Hoje, somos uma Associação com um propósito 'PARA MARCAS QUE MARCAM" e existimos para defender os interesses das marcas e contribuir para lhes acrescentar valor num contexto cada vez mais competitivo a nível global. Somos, consequentemente, uma Associação com um propósito: colocar o consumidor no centro das estratégias das marcas e da actuação da Centromarca, elevando a nossa voz para que alcance os nossos diferentes stakeholders, mas também os nossos concidadãos.
E, em 2022, queremos reforçar a forma como somos ouvidos e percebidos: uma Associação que, obviamente, defende os interesses dos seus associados, mas que - para além disso - conhece a fundo os desafios das marcas e do sector do grande consumo, que é especialista na avaliação dos hábitos dos consumidores nacionais e que é agregadora das políticas de sustentabilidade das empresas ligadas ao nosso universo.
Assim, para o ano que agora começa, definimos seis objectivos essenciais, os quais – já o sabemos – se desmultiplicarão em inúmeras acções e serão, ao longo dos próximos meses, adicionados de vários outros, à medida das circunstâncias:
- Contribuir para uma correcta implementação das alterações legais resultantes do processo de transposição para o direito nacional da Directiva Unfair Trading Practices, tentando que não criem tensões excessivas e que as autoridades competentes façam a necessária monitorização
- Induzir a criação de processos de controlo e de monitorização do impacto da constituição e acção de retail aliances e de outras centrais de compra e/ou de negociação sobre os restantes elos da cadeia de aprovisionamento
- Organização do II Congresso das Marcas 2021 com forte impacto, com uma visão positiva e marcando a agenda das nossas empresas e do ecossistema das marcas
- Reforçar as garantias de compliance que rodeiam a nossa actividade diárias e a interactuação com as empresas associadas
- Reforçar ainda mais a aproximação às nossas empresas associadas pela via de iniciativas que relevem as suas marcas e respectiva acção: inovação, comunicação, sustentabilidade
- Alargar a representatividade da Centromarca com a captação de novos associados de forte relevância
Bom Ano